No espaço amplo do
pantanal, dos cerrados? nas capitais, nas cidades? Homem rural, homem urbano...
homem mental, animal, sentimental... Há a necessidade de construir um local
onde possa desenvolver-se, humanizar-se. Um lugar, em oposição a um espaço. Um
lugar que possa conter, ou melhor acolher. Uma caverna, um ninho onde
desenvolver. Um continente é muito vasto
para um quem está sendo gerado. O primeiro nascimento é físico, o segundo,
psíquico. No primeiro, a parteira, no segundo, o analista. Um lugar na cidade
pode conter um naco de natureza. Talvez um pequeno jardim onde tenhamos uma
palmeira. Em contraponto, podemos levar um livro, ou quem sabe até um
computador para o mato, e lá ter condições de escrever uma monografia. Um homem
está onde está sua mente e seu coração.
O corpo, movimento e o agir por um lado; o pensar, falar,
significar por outro. Entre eles, o som, o fonema. Frases que ouço com freqüência
:“Não sei o que falar, Dr.”; “Vir aqui e falar não adianta nada”; “O que a
gente vai fazer? Só falar...”ou então: “Falar não resolve nada...”
Escuto também: “Já estou me sentindo melhor só de ter falado
isto para você.” Além do som da fala, como portador de sentido, existe um
outro, de contato com outro ser humano, de beleza e de presença. É como canto
da mãe para o seu bebê. Os ruídos domésticos, a água que escorre no riacho, o
latido do cachorro. Eles criam um ambiente, compõem um lugar, um nicho, onde
nos sentimos em casa, um sentido de pertencer. O som exprime o que ainda não
encontrou significação dentro de nós.
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