quarta-feira, 22 de agosto de 2012

AONDE VIVE O HOMEM ?



 No espaço amplo do pantanal, dos cerrados? nas capitais, nas cidades? Homem rural, homem urbano... homem mental, animal, sentimental... Há a necessidade de construir um local onde possa desenvolver-se, humanizar-se. Um lugar, em oposição a um espaço. Um lugar que possa conter, ou melhor acolher. Uma caverna, um ninho onde desenvolver.  Um continente é muito vasto para um quem está sendo gerado. O primeiro nascimento é físico, o segundo, psíquico. No primeiro, a parteira, no segundo, o analista. Um lugar na cidade pode conter um naco de natureza. Talvez um pequeno jardim onde tenhamos uma palmeira. Em contraponto, podemos levar um livro, ou quem sabe até um computador para o mato, e lá ter condições de escrever uma monografia. Um homem está onde está sua mente e seu coração.
O corpo, movimento e o agir por um lado; o pensar, falar, significar por outro. Entre eles, o som, o fonema. Frases que ouço com freqüência :“Não sei o que falar, Dr.”; “Vir aqui e falar não adianta nada”; “O que a gente vai fazer? Só falar...”ou então: “Falar não resolve nada...”
Escuto também: “Já estou me sentindo melhor só de ter falado isto para você.” Além do som da fala, como portador de sentido, existe um outro, de contato com outro ser humano, de beleza e de presença. É como canto da mãe para o seu bebê. Os ruídos domésticos, a água que escorre no riacho, o latido do cachorro. Eles criam um ambiente, compõem um lugar, um nicho, onde nos sentimos em casa, um sentido de pertencer. O som exprime o que ainda não encontrou significação dentro de nós. 

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